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(Lusa) - O conselheiro eleito para o Conselho Regional da Europa (CRE) das Comunidades Portuguesas pela Bélgica, Pedro Rupio, foi hoje eleito para a presidência do órgão, substituindo Luísa Semedo, que apresentou recentemente a sua demissão. A votação, unânime entre os conselheiros presentes, marcou o último ponto da reunião de dois dias do órgão consultivo do Governo para as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas no estrangeiro. "Comprometo-me a assumir estas funções com alto sentido de responsabilidade e aproveito também para agradecer a confiança e o apoio dos meus colegas conselheiros nesta nova missão", escreveu Pedro Rupio, através da rede social Facebook.
O conselheiro em representação da Bélgica substitui assim Luísa Semedo à frente deste órgão do Conselho das Comunidades Portuguesas, num lugar que a conselheira eleita por França anunciou que iria abandonar.
"É um prazer para nós, é um candidato e é um conselheiro com mais-valia, e, portanto, estamos todos descansados em relação ao futuro", disse à Lusa a presidente demissionária sobre o seu sucessor. Luísa Semedo fez um "balanço muito positivo" do tempo em que esteve à frente do CRE das Comunidades Portuguesas. "Temos aqui conselheiros que estão aqui há imensos anos, e, portanto, aprendi imenso com eles sobretudo esta dinâmica das comunidades. É preciso ver que aqui é o Conselho Regional da Europa, e portanto aquilo que se passa em França não é o mesmo que se passa no Reino Unido, que se passa na Suécia", afirmou a presidente demissionária. Para Luísa Semedo, estes encontros "são essenciais" para que os conselheiros encontrem "uma imagem muito mais aprofundada" sobre as comunidades portuguesas espalhadas por território europeu. Luísa Semedo demitiu-se do cargo de presidente do CRE devido a uma "situação absolutamente impossível" com o partido Chega. "Eu saio desse cargo, de representação dos conselheiros, e passo a ser uma conselheira que fala por ela própria e responde pelos eleitores que a elegeram. [...] Enquanto presidente eu teria de o convidar [André Ventura] e ser anfitriã da reunião. Normalmente os convidados chegam, falam comigo e eu sou a principal interlocutora", explicou Luísa Semedo à Lusa em 12 de fevereiro. A conselheira tinha anunciado nas suas redes sociais que abandonaria o seu cargo de representação dos restantes 24 membros do CRE devido à obrigação de uma interação direta com o partido Chega, eleito para a Assembleia da República. "É uma situação absolutamente impossível de fazer porque eu não considero nem o Chega nem o André Ventura como legítimos no cargo onde estão. Não vou falar com uma pessoa que é racista, fascista e tem no seu programa várias medidas intolerantes", argumentou então Luísa Semedo.
O Conselho das Comunidades Portuguesas, que elege representantes em todo o Mundo, tem novas eleições previstas para outubro deste ano.
Durante o segundo dia de reunião, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, estiveram presentes o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.