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No dia 5 de Maio, « Dia da Língua Portuguesa e das Culturas Lusófonas » celebrado por embaixadores, governos e sociedade civil, em todo o mundo, a Associação Cultural « Laços » que tem como propósito fundamental, a promoção da cultura portuguesa e desenvolvimento de acções em todos os seus domínios, realizou um evento com muita animação, lançamentos de livros, Brasil – « Conto por Conto » - Antologia, Pré-apresentaçã do livro de Poesia « Eco dos Afectos – Ana Casanova e
« Os Desafios da Europa » Contos - Luísa Semedo, workshop de kizomba de Alexandra de Brito – Cabo Verde, a presença dos Ranchos Folclóricos « Alegrias do Norte » e « Sons de Portugal », « Agrupamento de escuteiros 1308 da Comunidade Católica de Língua Portuguesa de Genebra » com a presença de associações lusófonas, AAPDP Angola, Ecco do Brasil, Associação Espoir de Cabo Verde, Associação de Ajuda a pessoas diabéticas da Guiné Bissau , juntamente com a SGBS Solidarité, encarregadas do jantar com comidas típicas dos diversos Países.
Moçambique, fez-se representar pelo seu Ministro Plenipotenciário, Sr Jaime Valente Chissano, da Missâo Permanente de Moçambique junto das Nações Unidas e de outras organizações internacionais em Genebra, que esteve presente toda a tarde, assistindo aos dois paineis e mesa redonda, moderados brilhantemente, pela jornalista da RDP Internacional, Paula Machado.
Paula Machado que além de moderar os debates, fez questão de entrevistar, escritores e responsáveis associativos presentes neste evento.
Os paineis, tiveram como temas : Participação na vida cívica e social das comunidades no País de acolhimento, Segunda Geração – Participação na vida social e interacção com o País de origem e a mesa redonda, Língua Portuguesa, Presente e Futuro.
Tivemos presentes, Alfredo Stoffel (Alemanha) Presidente da GRI-DPA e Conselheiro das Comunidades, Iolanda Viegas, Conselheira das Comunidades Portuguesas ( Reino Unido), Domingos Perreira, Presidente do CCP (Suiça), Luísa Semedo, Presidente do Conselho Regional da Europa das Comunidades Portuguesas (França) e Pedro Rupio membro do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades (Bélgica).
Destes debates e registando as opiniões que colidem, dos vários Conselheiros, tivemos ainda mais certeza do pouco apoio existente na defesa da Língua Portuguesa e do Associativismo.
Segundo Iolanda Viegas, « Temos que mudar a nossa maneira de pensar e juntarmo-nos ao meio associativo, buscando apoio ».
Luísa Semedo, referiu que mais do que Integração, existe uma tendência para a assimilação da comunidade, tornando-a praticamente « invisível ». Ideia esta corroborada por Alfredo Stoffel, que referiu que « a Comunidade é bem aceite na Alemanha porque nâo cria problemas. Não estão integrados mas assimilados. Os portugueses nâo fazem exigências e não levantam grandes ondas ». Afirmando que só exisitiria integração se a comunidade vivesse em plenitude a sua identidade cultural ».
Pedro Rupio referiu que existe hoje na Bélgica uma emigraçâo já mais qualificada e outra menos qualificada que trabalha essencialmente na construção, gente trabalhadora que « não dá problemas « mas não participativa.
Citando de novo Luisa Semedo, a mesma ressalva que o governo tem de fazer pressão, para pôr em prática os vários acordos bilaterais inclusive o respeitante ao ensino da Língua, referindo também a enorme importância dos pais para esta mudança. É, segundo suas palavras, importante o bilinguismo pois se os filhos não souberem falar a língua dos pais, como podem entendê-los e sentir o mesmo que sentem, quando temos palavras como a « Saudade » só existente na nossa língua ?
Falou também da importância fundamental de um discurso universal e do fim da cultura xenófoba que ainda se sente.
Já Pedro Rupio voltou a reafirmar a importância da votação das comunidades, pois « Uma comunidade que vota, é uma comunidade mais forte ».
O Presidente do CCP, Domingos Pereira, referiu a importância de deixarmos de ser um povo submisso. « Somos um povo com 40 anos de submissão ».
A jornalista Paula Machado, referiu novamente a importância do meio associativo que » apesar de estar em crise nâo está morto. »
O evento prosseguiu noite dentro com muita música, desta vez por Aerton Lopes e Barbara Carvalho da Guiné Bissau.
Este foi um grande e importante momento , para toda a comunidade e que permitiu a todos os que participaram activamente no mesmo, conhecer o modo de agir, sentir e pensar da nossa gente, num panorama cultural e social festivo, criando laços cada vez mais fortes, entre as diversas comunidades lusófonas .
Termino, com um grande Viva à Língua Portuguesa no Mundo !