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Realizou-se esta segunda-feira dia 9 de abril no Cemitério Militar Português de Richebourg, a cerimónia que assinalou os 100 anos da Batalha de La Lys . O evento contou com a presença dos Presidentes da Republica Francesa e Portuguesa, com a presença do Primeiro-ministro de Portugal, do Ministro da Defesa, embaixadores, altas patentes militares dos 3 ramos as Forças Armadas, varias individualidades e cerca de 2.000 convidados e participantes.
O Presidente da República Portuguesa, que é também segundo a nossa constituição o Comandante Supremo das Forças Armadas, Prof Doutor Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro a discursar e disse que em La Lys “Viveu-se o nosso maior luto militar desde a batalha de Alcácer-Quibir no norte de África em 1578”.
No seu discurso, lembrou os sete mil combatentes mortos, feridos e feitos prisioneiros, durante a batalha que durou cerca de oito horas. Mencionou que foi o maior desastre desde Alcácer-Quibir, batalha essa na qual Portugal terá visto morrer todo (ou quase todo) o exército português — cerca de 20 mil combatentes nacionais e estrangeiros (sobretudo mercenários Irlandeses). Em La Lys perdemos cerca de 7.000 soldados entre mortos, ferido e prisioneiros.
Marcelo Rebelo de Sousa relembrou “um de entre tantos heróis” desse dia “tragicamente inesquecível, de que este cemitério é testemunha silenciosa, mas impressionante”: Aníbal Augusto Milhais, mais conhecido por soldado Milhões.
“Foi o único soldado raso a receber, até hoje, a mais elevada condecoração portuguesa — a Ordem Militar da Torre e Espada do valor Lealdade e Mérito —, entregue em pleno campo de batalha por um corajoso chefe militar, futuro presidente da República Portuguesa, o marechal Manuel Gomes da Costa.”
“Portugal, pela minha voz, agradece a estes bravos o seu sacrifício supremo aqui em França, como em África, por terra, mar e água. Este sacrifício não foi em vão, dele também se fez a glória de Portugal, a vitória da França e o futuro da Europa.”
Mácron por sua vez fez um discurso brilhante onde reconheceu e agradeceu a participação portuguesa, falou do nosso futuro comum no seio da Europa e disse que não devemos dar por adquirido a paz e a estabilidade na Europa, pois o processo de integração europeu foi fruto de muito trabalho e só possível quando esquecemos as desavenças do passado para rumar ao futuro. Para ele a Europa ter que continuar " em marche" rumo a um ridente porvir. Terminou dizendo Viva Portugal, Vive la France et Vive L'Europe.
A assinalar a esta data muito tem sido dito e escrito sobre o contexto da época, sobre a importância da participação nacional na primeira guerra mundial, sobre o contexto politico, sobre os vários teatros de operações, Flandres , Atlântico e Africa. É fácil fazer julgamentos de valor sentado num sofá a surfar no Facebook, mas há alguns pormenores que algumas pessoas, alguns dos quais provavelmente nunca estiveram na tropa parecem desconhecer. Os atacantes eram 50.000 mil, nos eramos 20.000.
Estávamos mal equipados, poucos dos nossos militares falavam Inglês ( estávamos integrados junto com os Britânicos); e não depois do milagre de Tancos não tivemos outro milagre, mas uma derrota com honra. A celebração deste evento não tem nada de nacionalista ou revanchista, mas nunca se pode agradar a todos e eu tenho muito orgulho em ser Português, e Europeu e em ser Militar ( na reserva).
Todos os convidados são importantes, mas para mim foi emovente ver tantos antigos combatentes presentes, infelizmente já não os da Primeira Guerra Mundial; o tempo não perdoa; mas os da Guerra do Ultramar. Seria importante pensar neles mesmo quando já não é o 9 de Abril.
Como disse e muito bem o nosso Presidente. “Vive la France. Viva Portugal "e já agora Viva as nossas Forças Armadas e Viva a Europa.