Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
(Lusa) – O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, destacou hoje “as carências” existentes “a todos os níveis” na Cultura e alertou que o setor “não aguenta mais confinamentos” devido à pandemia de covid-19, sob pena do “seu afundamento”.
“No caso da Cultura, ela não aguenta mais confinamentos. Tomando, naturalmente, todas as medidas de defesa sanitária, o setor não suporta o nível de condicionamento que lhe está a ser imposto”, argumentou o secretário-geral comunista, em Évora.
Ao intervir num debate sobre “Cultura e Património”, promovido pelo partido naquela cidade alentejana, Jerónimo de Sousa afirmou que, “o que se destruiu nestes últimos meses, é demasiado desastroso” para que se possa “prosseguir neste caminho”.
“É o seu afundamento e destruição que está em perspetiva”, avisou.
Ainda assim, segundo o líder comunista, “os problemas mais sentidos” na Cultura “não resultam do surto epidémico”, porque neste momento fazem-se “sentir as consequências de décadas de abandono do património cultural em Portugal”.
“A epidemia” de covid-19 “apenas agravou” os problemas do setor, considerou Jerónimo de Sousa, indicando que “as carências” nesta área “fazem-se sentir a todos os níveis”.
Como exemplo, o líder do PCP aludiu à “falta de trabalhadores, tanto na área do património cultural, como dos museus e palácios” ou dos “monumentos e sítios arqueológicos”, que “trabalhadores, sindicatos e diretores têm vindo a denunciar em muitas e variadas ocasiões”.
“Faltam vigilantes, rececionistas, conservadores restauradores, técnicos de fotografia, pessoal dos serviços educativos. A esta falta acresce uma outra questão bastante preocupante, que é o facto de a média etária do quadro de pessoal ser bastante elevada, com uma percentagem significativa de trabalhadores com idade para se aposentarem”, acrescentou, reclamando a urgente contratação de trabalhadores.
A “precariedade no setor” foi outro dos aspetos para o qual o secretário-geral comunista alertou, dando como exemplo o “trabalho em arqueologia, onde esta situação impera, através do recurso ao recibo verde”.
Jerónimo de Sousa revelou que o PCP vai apresentar “um conjunto de propostas no sentido da defesa e valorização do património cultural, em sede de Orçamento do Estado para 2021”, sendo a “responsabilização do Estado pelo património” um dos principais objetivos desta iniciativa.