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No passado dia 26 de outubro, a Comunidade Portuguesa em França, no âmbito do primeiro aniversário do falecimento de Gérald Bloncourt, promoveu uma cerimónia pública de homenagem ao consagrado fotógrafo que imortalizou a história da emigração portuguesa para terras gaulesas nos anos 60.
A sessão, que decorreu no Museu Nacional da História da Imigração em Paris, um espaço carregado de enorme simbolismo onde é evidenciado o papel estruturante dos imigrantes no desenvolvimento económico, social e cultural da França, como é o caso dos portugueses, uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês, teve como principais mentores os dirigentes associativos Manuel Vaz, do Comité Aristides de Sousa Mendes, e Parcídio Peixoto, Presidente da Associação Memória das Migrações.
Pautada pela emoção e saudade, a homenagem a título póstumo congregou a presença de vários amigos e familiares de Gérald Bloncourt, em particular da sua esposa, Isabelle Repiton, companheira de vida e responsável do acervo que assegura a preservação da memória do fotojornalista, pintor e poeta. Assim como, de autoridades diplomáticas, representantes de associações, artistas e órgãos de comunicação social da comunidade lusa em França, e muitos admiradores do fotógrafo franco-haitiano que teve o condão de retratar as duras condições de vida dos descendentes dos grandes navegadores nos bidonvilles e o nascimento da democracia em Portugal.
No decurso da homenagem pública, abrilhantada pelo som da guitarra portuguesa interpretada por membros da Associação Gaivota, dedicada à disseminação e preservação do fado em França, e enriquecida pela projeção de fotografias e de um documentário alusivo à vida e obra de Gérald Bloncourt, foram vários os testemunhos emotivos de pessoas que conviveram com o antigo fotojornalista e colaborador de jornais de referência no campo social e sindical.
Uma vida e obra marcada pela defesa universal da solidariedade entre os povos, paradigmaticamente singularizada no olhar humanista e de compromisso que assumiu com os emigrantes lusos nos bairros de lata em Paris, e que se revelou fundamental na perpetuação da memória dos protagonistas anónimos da história portuguesa que lutaram aquém e além-fronteiras pelo direito a uma vida melhor e à liberdade.