April 20, 2025

Montenegro esta condenado…

Mar 29, 2024 Hits:2376 Opinião

IMPORTANTE: COMEÇAR BEM

Mar 26, 2024 Hits:1594 Opinião

PÁSCOA DE BENEVOLÊNCIA…

Mar 25, 2024 Hits:1572 Crónicas

Pai. Funções Benéficas…

Mar 19, 2024 Hits:1441 Crónicas

SECÇÃO DO PSD-BRUXELAS …

Mar 18, 2024 Hits:2485 Opinião

Touradas: prática cultur…

Mar 16, 2024 Hits:1753 Opinião

Chega Triunfa no Algarve:…

Mar 12, 2024 Hits:3694 Opinião

Crónicas de uma Portugue…

Mar 11, 2024 Hits:1901 Crónicas

NOITE ELEITORAL E A CONFU…

Mar 11, 2024 Hits:1439 Opinião

A mudança está nas mão…

Mar 08, 2024 Hits:1438 Opinião

Mulher, a seiva da vida

Mar 05, 2024 Hits:1033 Crónicas

AUMENTO DE PENAS DE PRIS…

Mar 04, 2024 Hits:1262 Opinião

Delenda Moscua

Mar 04, 2024 Hits:1266 Opinião

PROMESSAS ELEITORAIS

Mar 01, 2024 Hits:1543 Opinião

CANDIDATOS DO PS NA FEIRA…

Feb 29, 2024 Hits:2436 Opinião

Onde estava no dia 25 de Abril de 1974?

Mais Fernando Santos!



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


A partir de dia 10 de Dezembro, data do fatídico Portugal x Marrocos, por todo o lado irromperam manifestações de desagrado para com a prestação lusa. Entre o desperdício de uma das melhores gerações de jogadores portugueses e os jogos em sofrimento contra qualquer equipa, era óbvio que algo não estaria bem.

 Não restavam dúvidas e, pela primeira vez na História, havia uma opinião universalmente aceite entre os portugueses: precisávamos de mais Fernando Santos. Nos cafés a indignação não abrandava - ninguém entendia porque é que não jogávamos mais para o empate. Painéis de comentadores discutiam horas a fio sobre se devíamos de jogar com 3, 4 ou até 5 trincos. Os canais mais sensacionalistas já noticiavam a demissão óbvia de Fernando Santos e a contratação de um pupilo completamente tutelado pelo ex-treinador, era evidente que o próprio Fernando Santos não chegava.

 Por todo o lado o país gritava contra o seu Engenheiro que não tinha sido Engenheiro o suficiente - se da próxima vez tivéssemos mais Engenharia é que ia ser. A sociedade lusa mantém este valoroso critério em relação às restantes problemáticas, somos um povo de pleno consenso e clareza na direção a seguir.

 Provas disso não faltam: na recente manifestação pela habitação todos sabiam exatamente a solução para o flagelo existente - mais Fernando Santos. Nos protestos sobre o estado da Educação os responsáveis pelas negociações foram claros - era preciso mais Fernando Santos. As greves dos trabalhadores da CP tiveram também elas reivindações muito claras - queremos mais Engenheiro!

 Por esta altura quase todos vós já verificaram o calendário para confirmar que não foram apanhados numa das muitas sacanices do dia das mentiras. Um destes parágrafos escapou: realmente a prestação da Seleção reuniu um consenso - era preciso mudança urgente. Aquilo que o novo técnico deveria demonstrar e as ideias que tinha de trazer foram pontos de discussão semanas a fio.

 Figura-se, portanto, como uma perfeita loucura aplicar uma filosofia opostoa em qualquer outro tema. Na realidade, não é. A contestação social vem de motivos reais e quem protesta quase nunca escreve o seu manifesto político antes de sair de casa. Os professores vão para a rua porque não sabem se serão colocados na Guarda ou em Faro, porque os seus salários não se alinham nem com a importância do seu trabalho nem com as horas que este exige, porque a sua prestação como profissional não importa para a sua progressão da carreira. Não vão para a rua porque têm na manga uma reforma educacional pronta a reinvindicar.

 Quem vive em Lisboa e vê a sua renda aumentar de forma selvagem enquanto o salário continua na sua calma e miserável estagnação, não está automaticamente etiquetado como anti-propriedade privada. A carga ideológica vem depois.

 Esse papel é cumprido pelos sabujos que habilmente farejam a insatisfação de quem carrega o peso do dia-a-dia. A contestação é um cavalo selvagem, devidamente selado e domado antes de cumprir o seu destino. Não é o professor de uma qualquer escola básica que se senta à mesa com o Ministro nem é o arrendatário comum que dá a sua voz na televisão. É o responsável sindical ou a celebridade. Quem toma de assalto o descontentamento é quem o pode usar a seu bel prazer. Ao governo não vai exigir soluções de longo prazo e reformas (muitas vezes desconfortáveis no curto prazo), vai exigir aquilo que está no programa ideológico que escondem atrás das costas.

 Os cavaleiros da contestação nunca se dignam a abrir um mapa e olhar por caminhos que se estendam por kilómetros e não por centímetros. Quem vive em Bruxelas ou em Leuven terá muita dificuldade em entender porque é que com colaborações entre Estado e sector privado, facilidade e rapidez na construção e respeito pela propriedade privada se atingiram rendas ao nível de Lisboa (até inferiores) com salários completamente díspares. Ou porque é que se conseguiu um sistema de habitação social competente para o qual todos os setores da sociedade contribuem e têm incentivos para tal.

 Segundo a carta de bons costumes de quem nos governa e de quem gostaria (muito) de ir para além de quem nos governa, tal situação só se poderia verificar com arrendamentos coercivos, preços tabelados e talvez um ou outro fuzilamento exemplar de quem se atrevesse a diabolicamente “dar dinheiro a privados”.

 Da mesma forma que para essas pessoas, a perspectiva de haver qualquer tipo de sistema híbrido na saúde ou educação presente nos países para onde a maior parte de nós emigrou seria um crime de guerra. Obviamente que na Bélgica, o sistema de saúde colapsou, as listas de espera são infidáveis, as urgências estão fechadas dia sim dia não, as equipas incompletas e quem pode pagar vai ao maquiavélico privado. Também é claramente evidente a pobreza na qual vivem os professores belgas e as condições desumanas nas quais se encontram as suas escolas.

 Em Portugal, a contestação só pede mais Fernando Santos porque quem a parasita quer mais Fernando Santos. Os “donos da luta” são fundamentalmente incapazes de sair da sua trincheira, ver a luz do dia e olhar à volta. No nosso país, o parasita eficaz tem a recompensa do holofote: ultimamente têm tido lugar marcado nos programas de comentário habituais, formalizando e ensaiando em jeito de improviso as suas alucinações ideológicas. Outros vão conseguindo afirmar-se culturalmente colando-se a sacríficios que não fazem.

 É ofensivo colar à imagem do engenheiro a incompetência que se tem visto na nossa governação, e também é errado considerar a Bélgica um céu na terra - não o é. Mas se quando exigimos a demissão de Fernando Santos imediamente sonhámos com Mourinho, também devíamos sonhar e lutar por um Mourinho na política. Por ideias frescas. Por, pelo menos, algo diferente.



Luso.eu - Jornal das comunidades
Rui Amendoeira Esteves
Author: Rui Amendoeira EstevesEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Para ver mais textos, por favor clique no nome do autor
Lista dos seus últimos textos



Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.


luso.eu Jornal Comunidades

A SUA PUBLICIDADE AQUI?

A nossa newsletter

Jornal das Comunidades

Não perca as promoções e novidades que reservamos para nossos fiéis assinantes.
O seu endereço de email é apenas utilizado para lhe enviar a nossa newsletter e informações sobre as nossas actividades. Você pode usar o link de cancelamento integrado em cada um de nossos e-mails a qualquer momento.

TEMOS NO SITE

We have 422 guests and no members online

EVENTOS ESTE MÊS

Mon Tue Wed Thu Fri Sat Sun
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

News Fotografia