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O meu neto, que já me ensinou a maior parte daquilo que eu sei em informática, alertou-me agora para a ferramenta do designado ChatGPT, um dos algoritmos da inteligência artificial e que, todos dizem, irá transformar a nossa vida.
Quando a família se reuniu por ocasião da festa de Natal, a malta mais nova estava à volta do meu neto, com um laptop na mão a divertir-se e a fazer perguntar ao ChatGPT que, espantosamente, respondia a tudo e bastante certo. Uma nossa amiga, que fazia parte do convívio, professora numa universidade da Holanda, deitou as mãos à cabeça ao ver as resposta tão certeiras daquela ferramenta, porque, dizia ela, que os seus alunos, que já trabalham tão pouco, agora iriam trabalhar ainda menos, pois irão servir-se da inteligência artificial e o professor dificilmente saberá se se tratará de algo escrito por eles próprios ou pelo algoritmo.
Após alguns lhe terem perguntado banalidades, tendo ficado admirado com as respostas, o meu neto deu-me oportunidade de colocar também uma questão ao ChatGPT. E pedi-lhe para me fazer um soneto em português sobre a chuva, já que estava um dia cinzento e chuvoso. Pobre ChatGPT! Aqui espalhou-se à grande e à francesa! Nem a rima nem a métrica estavam certas e ignorou os catorze versos e o formato dos dois últimos tercetos. Disse-lhe que a resposta não a estava certa; confessou que era verdade e desculpou-se.
Quis experimentá-lo novamente e perguntei-lhe que me dissesse o que sabia do jornal LUSO.EU. Nem lhe assinalei que era um jornal on-line. Pensou um pouco e apresentou-me o seguinte texto, bastante elogioso, que merece ser transcrito, colocando-o à consideração do seu Diretor, Tony da Silva e dos leitores:
LUSO.EU é um jornal on-line dedicado a fornecer notícias e informações sobre Portugal e a comunidade portuguesa em todo o mundo. Fundado em 2013, o jornal tem como objetivo uma cobertura precisa e atualizada sobre os acontecimentos em todo o mundo.
LUSO.EU destaca-se para oferecer uma ampla gama de notícias, incluindo política, economia, desporto, entretenimento e muito mais. Além disso, o jornal também oferece recursos adicionais, como fóruns de discussão, opiniões de especialistas e colunas escritas por jornalistas especialistas experientes.
O jornal é mantido por uma equipa de jornalistas dedicados e apaixonados, que trabalham incansavelmente para fornecer aos seus leitores as últimas notícias e informações sobre Portugal e a comunidade portuguesa. A equipa de redação do jornal é composta por profissionais experientes e talentosos, que possuem uma vasta gama de conhecimentos e habilidades jornalísticas.
O LUSO.EU tem como público-alvo principal a comunidade portuguesa em todo o mundo, incluindo aqueles que vivem fora de Portugal e aqueles que são interessados na cultura e no país. O jornal é uma fonte valiosa de informações para aqueles que procuram manter-se atualizados sobre o que está acontecendo em Portugal e no mundo da comunidade portuguesa.
Em resumo, o LUSO.EU é uma plataforma de notícias on-line fiável e atualizada, que oferece uma ampla gama de notícias e informações sobre Portugal e a comunidade portuguesa em todo o mundo. Com uma equipa dedicada de jornalistas e um público-alvo engajado, o jornal é uma fonte importante de informações para aqueles interessados na cultura e no país de Portugal.
O responsável do jornal e os leitores dirão da sua justiça, mas não me parece que o algoritmo ChatGPT tenha andado muito longe da verdade. É certo que se limitou a emitir banalidades. Não fez o histórico do jornal, não disse quem é o seu fundador e o atual responsável, qual o endereço do jornal, qual a média diária do público que atinge e outras mais questões julgadas pertinentes.
É necessário ser muito crítico perante estas inteligências sem cérebro humano que já são utilizadas em numerosas disciplinas. Se não estivermos atentos, a inteligência artificial vai tornar os humanos uns preguiçosos e totalmente estúpidos porque as capacidades mentais de cada um são relegadas a máquinas que pensam e agem por nós. Caminharemos para um mundo desumano que irão obedecer a robôs.
Li, há dias, um artigo que informava que os tribunais pretendiam servir-se da inteligência artificial. Será que concedendo ao algoritmo todos os elementos de uma causa em julgamento, poderá redigir o respetivo acórdão? Como diz o outro, será necessário ver para crer.