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Com a trenguice própria da ignorância citadina e a incapacidade, julgava eu inexistente para os trabalhos de trolha, pedreiro, pintor e afins, meti-me a fazer obras lá na minha Leira, com o objectivo de alindar o que, para mim, já era lindo.
A cada passo dá-me para isso, embora das outras vezes eu só mandasse fazer, deixando a laboração e algumas das ideias, para assalariados e aceitando uma ou outra ajuda do meu filho mais velho.
Desta vez as ideias eram quase todas minhas, mandando e desmandando a meu bel-prazer, tanto na forma como na maneira de as executar.
Aproveitei o dono de uma máquina retroescavadora, acho que se chama assim, que trabalhava num terreno próximo. e contratei-o para fazer um caminho novo, em local onde o meu terreno parecia inacessível. Mudei pedras e pedregulhos de lugar, coloquei bolas de granito em sítios estratégicos, trouxemos terra nova para cobrir o novo caminho e por aí fora num trabalho intenso de um dia e meio de trabalho.
Fizemos um pátio novo a nascente sul do tanque de rega, e começamos a compor o muro que nos separa de um dos vizinhos e que estava a necessitar de arranjo.
Pelo meu caminho de trabalho, que não parei o tempo todo, descobri que as pedras, mesmo as de tamanho reduzido, pesam imenso, ainda para mais se forem muitas, e eram.
No meio disto, e quando fazíamos o caminho que passa entre o pombal e o tanque de rega, um pedregulho de dimensões consideráveis resolveu não querer colaborar. O homem da máquina queria parar e eu queria avançar, e, avançámos, e o tanque de rega que nos serve de piscina e que em parte se apoiava na dita pedra, cedeu, e a água sumiu!
Nada que um bom trolha não arranje, e assim, nos dias seguintes, assim foi feito.
Trabalho acabado, testada a estanqueidade do tanque, resolvi pintá-lo eu, com tinta de piscina, azulinho como convém, e lá a fui comprar.
Queria azul escurito, e comprei azul-mar que afinal era clarito. Nada que estragasse a minha disposição.
Quarta-feira dei a primeira de mão e a tinta parecia que me desaparecia num ápice sem que eu desse por isso, ontem dei a segunda de mão, e hoje a terceira. Afinal eram precisas só duas, mas como não tinha comprado primário para pintar com ele antes de tudo, dei três. Enfim…!
Agora terei de esperar seis a sete dias para começar a encher o tanque com os 15 metros cúbicos de água que ele leva.
Cheguei a casa há um par de horas e o meu corpo está para aqui a queixar-se de dores provocadas pelo não hábito de fazer trabalhos deste calibre. Serve para eu aprender e dar valor a quem tem como profissão fazer trabalhos destes e não pensar que são fáceis e que qualquer um os faz. Mas acho que me ficou de emenda!