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A sala Irsa nos arredores de Bruxelas foi o local escolhido para mais uma edição do Festival Lusófono organizado pelo Grupo Etnográfico O Ribatejo. Um local, de boas recordações para a Comunidade Portuguesa na Bélgica, que há muitos anos acolhe os mais diversos eventos culturais, gastronómicos e até de formação.
E foram tantos, desde o primeiro, na década de 70' até ao mais recente, vivido e sentido, com a mesmo entusiamo e a mesma emoção! De facto o dia 16 de março de 2019 ficou marcado por mais um excelente encontro com a tradição, numa laudatória homenagem à etnografia e ao folclore, brilhante festa da fraternidade.
Fundado em Janeiro de 2014 o grupo “O Ribatejo”, tem mantido uma salutar coesão e permanente actividade; nos ensaios e nos convívios, mas também nas suas deslocações aos mais diversos eventos, aqui na Bélgica e nos países limítrofes. Verdadeiro embaixador das nossas tradições e dos valores associados à etnografia e ao folclore da região do Ribatejo. Executantes exímios; na disciplina, no trajar e na projecção das tradições, herança do povo ribatejano, tudo isso, aqui no coração da Europa, onde poisam tantos os olhares e tantas outras atenções.
SOPA DA PEDRA – FESTIVAL LUSÓFONO
Na sua composição e objectivos estão associadas inúmeras atividades pontuais, por várias vezes anunciadas e divulgadas. De todas, destacam-se dois grandes eventos anuais que congregam boa parte da comunidade e outros interessados, por afinidade cultural.
A quarta edição da Sopa da Pedra organizada no segundo semestre do ano redundou num grande sucesso, tal é a dinâmica e a capacidade de mobilização do grupo; os lugares, sempre limitados, depressa se esgotam! O que demonstra interesse e muito carinho pelo projecto que abraçaram; que sendo deles é também de todos nós.
O V Festival Lusófono foi outro momento de todo marcante, que voltou a demonstrar perícia e engenho criativo deste grupo; que sabe organizar, que quer enaltecer e claro, deseja ser incentivo à promoção dos valores associados às nossas mais genuínas tradições populares. Em Bruxelas, onde a diversidade cultural abrange todos os sectores da vida e da história dos povos; um objetivo conseguido, numa noite também gastronómica e de sociabilidade.
Vladmiro José, que preside ao grupo é também o ensaiador. E foi pela da sua voz, representativa de todos os elementos, que saudou e agradeceu o magnifico público presente, para de seguida felicitar os Grupos participantes e de lhes remeter reconhecido agrado pela disponibilidade e presença, numa fausta disposição, em espírito de cooperação e de intercâmbio cultural, o que valoriza ainda mais estes magníficos encontros, à volta de grandes causas socioculturais. E onde se cruzam a paixão pela tradição, o respeito e amizade, a estima e a tolerância tudo, envolto de grandes alegrias e outras tantas emoções.
Nesta edição foi tema de fundo a faina e os cuidados na apanha da azeitona com adequado cenário, numa transmissão apoiada, da importância dessa actividade na região. E na hora marcada, seria o Grupo anfitrião a dar início à grande noite de Folclore; com as cantigas e as danças que o caracterizam. A sua última dança, aplaudida com entusiasmo abria o caminho ao segundo grupo da noite, que nos vinha do Luxemburgo.
O Rancho Folclórico Alegria do Minho de Wiltz representou o folclore do Alto Minho, com as cores, os sons e a vivacidade das suas danças, que caracterizam aquela afamada região do Norte de Portugal. Muito aplaudidos deram o seu lugar, ao mais antigo agrupamento de folclore da Bélgica.
O Rancho Raízes de Portugal da APEB voltou a brindar um público que já conhece bem, com mais uma aplaudida exibição.
Seguia-se a grande novidade deste festival, com a inclusão de um agrupamento espanhol, cuja música era produzida pela famosa gaita de foles, ao som da qual se movimentavam os 4 pares de dançarinos. Uma excelente iniciava formulada no convite ao Grupo de Dança do Centro Asturiano de Bruxelas que arrebatou da sala, efusivos e merecidos aplausos.
Finalmente e com grande expectativa dava entrada em palco o Rancho Folclórico Avis que viajou de Portugal até Bruxelas, para deliciar um público fantástico. E ninguém ficou desiludido, tão expressivo e cativante foi a sua actuação; exuberância e rigor, transmissão perfeita dos usos e dos costumes de outrora.
Estiveram ainda presentes, neste festival, representantes do Grupo Folclórico São Mamede Infesta, região norte; Ricardo Monica, Grupo Gentes de Almeirim - Ribatejo. Passando pelo alto Alentejo com o Grupo de Avis. E para terminar, o responsável pelo grupo amigos de Montenegro - Faro Algarve.
O V Festival Lusófono terminava, como havia começado. Envolto de agradecimentos, de emoções e até alguma saudade! O Folclore é multifacetado de diversos sons e cores, onde devem estar, a memória, a amizade, a união, a solidariedade, a cultura, a identidade, o respeito, a fraternidade...
No final, Vladmiro o principal rosto deste festival, não escondia a sua emoção e alegria; por ver tanta gente junta, pela união da sua equipa de trabalho, por ter acolhido 5 grupos de Folclore, alguns vindos de longe! Pelo êxito alcançado e que atribuiu a todos. E de facto os parabéns repartem-se, desde a mais simples tarefa, ao mais alto cargo de responsabilidade. Foi-nos mostrada, uma vez mais, a boa capacidade mobilizadora e de organização. O que nos permite deixar uma nota de reconhecimento e de apreço, também registada nos diversos sinais de júbilo, que aquele carinhoso público manifestou! Voltou a ser, uma vez mais, nobilitada a nossa cultura e a nossa história comum, através da Etnografia e do Folclore, em Bruxelas, capital da Europa!